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    José Reinaldo Carvalho

    Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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    Visita de Xi Jinping à Europa reforça parceria estratégica e multipolaridade

    Em um mundo marcado pela tentativa dos EUA de fazer a Guerra Fria 2 tendo por adversário a China, sobressai a importância de impedir o isolamento

    Xi e Macron durante visita do chefe de Estado chinês à França (Foto: Xinhua )

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    Por José Reinaldo Carvalho - A visita do presidente chinês, Xi Jinping à França, Sérvia e Hungria durante esta semana - o primeiro deslocamento do líder do gigante socialista asiático em cinco anos - é fato destacado da situação internacional. Xi foi recebido calorosamente pelos chefes de Estado e Governo dos três países, o que não é mera formalidade mas uma demonstração dos laços que unem esses países à China, malgrado as diferenças ideológicas. A Paris, o Presidente Xi levou uma mensagem clara: a China está comprometida em fortalecer os laços com a França e abrir novos horizontes para essa parceria estratégica.

    Em um mundo marcado pela tentativa do imperialismo estadunidense de fazer a Guerra Fria 2 tendo por adversário a China, sobressai a importância de impedir o isolamento. Nesse quadro, é imperioso fazê-lo por meio de relações diplomáticas mais diversificadas e de alto nível, possibilitando a cooperação abrangente.  

    Diante de um inquilino do Eliseu que oscila entre a parceria vantajosa com a China e a submissão aos Estados Unidos, como a maioria dos seus parceiros no âmbito da Otan e da União Europeia, Xi ressaltou o significado da independência e, na relação com a China, dos benefícios compartilhados e ganhos mútuos, mesmo quando há tensões bilaterais. A mesma mensagem de independência foi transmitida pelo líder chinês à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no momento em que o bloco europeu parece ainda mais vulnerável e à mercê das pressões estadunidenses.  É importante notar que, enquanto alguns pontos de tensão têm surgido entre China e França, ambos os países têm buscado abordá-los de maneira construtiva. A relação entre eles permanece na vanguarda das relações sino-ocidentais, não por evitar desafios, mas por priorizar interesses de longo prazo e a estabilidade global.

    Xi concentrou seus esforços diplomáticos na tentativa de convencer os líderes europeus de que é um parceiro estável e confiável comprometido com a paz, o multilateralismo e a multipolaridade, convocando o velho continente a fazer parte disto. Xi fez ainda sua profissão de fé no encontro entre civilizações, ao 

    Não faltaram entendimentos sobre os complexos e graves problemas da conjuntura geopolítica atual, designadamente a guerra genocida de Israel contra o povo palestino.  Xi Jinping e Emmanuel Macron firmaram uma declaração conjunta sobre a situação no Oriente Médio. A importância prática e estratégica desta declaração é inegável. Ela não apenas abre caminho para o fim da atual guerra, mas também estabelece bases para um processo de paz duradouro. É evidente que o clamor global por um cessar-fogo entre Israel e Hamas continua a crescer. Como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, China e França assumem o compromisso de desempenhar um papel de liderança na busca pela paz. A declaração conjunta não apenas reforça seu compromisso com soluções diplomáticas, mas também condena violações do direito humanitário internacional e destaca a urgência de um cessar-fogo imediato e sustentável.

    Esse posicionamento conjunto fortalece a esperança de um futuro mais justo e pacífico, em meio ao avanço do unilateralismo e da hegemonia política em todo o mundo. 

    Desde o início da Parceria Estratégica Abrangente China-UE em 2003, a China e a Europa ampliaram e aprofundaram suas relações e promoveram intercâmbios e cooperação em todas as dimensões, em múltiplos níveis e em diversas áreas. A China e a União Europeia alcançaram ao longo dessas duas décadas importantes consensos sobre a construção da parceria China-UE para a paz, crescimento, reforma e civilização, traçando o caminho para aprofundar a Parceria Estratégica Abrangente China-UE de benefício mútuo e estabelecendo os objetivos gerais da política da China em relação à UE a longo prazo. 

    A China propõe que os dois lados vejam a relação China-UE desde uma perspectiva estratégica e de longo prazo e adiram aos princípios do respeito mútuo, a igualdade e o princípio de uma China para consolidar o fundamento político mais importante das relações China-UE. Também sobressai a importância de defender a cooperação de benefício mútuo, e unir esforços para melhorar o sistema de governança global, além de promover o diálogo entre civilizações para facilitar a aprendizagem mútua entre as civilizações chinesa e europeia.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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